A influência da ÁFRICA na lingua Portuguesa.

A influência da ÁFRICA na lingua Portuguesa.


Você sabia... qual a extensão da influência africana no português brasileiro? Por quase trezentos anos, o Brasil recebeu milhares e milhares de africanos, aqui trazidos como escravos para o trabalho rural ou na mineração. Vieram negros de praticamente toda a África, mas deles destacam-se dois grandes grupos: o guineano-sudanês e o banto. Esses povos falavam muitas línguas, das quais quatro exerceram razoável influência na nossa. Do primeiro grupo, podemos mencionar o iorubá ou nagô (Nigéria) e o eue ou jeje (Benim). Do segundo, o quimbundo (Angola) e o quicongo .(Congo).

Uma série extensa de palavras oriundas dessas línguas incorporaram-se ao nosso léxico, especialmente as relativas a: 
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Divindades, conceitos e práticas religiosas , ainda hoje utilizadas na Umbanda, Quimbanda e Candomblé (inclusive essas três palavras) -Oxalá, Ogum, Iemanjá, Xangô, pombajira, macumba, axé, mandinga, canjerê, gongá ( ou congá);
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comidas e bebidas (muitas delas, originariamente, comidas e bebidas-de-santo, que depois se popularizaram na nossa culinária, notadamente na baiana) - Quitute, vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, quibebe, farofa, quindim, canjica e possivelmente cachaça;
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topônimos , isto é, nomes de lugares e locais - Caxambu, Carangola, Bangu, Guandu, Muzambinho, S. Luís do Quitunde; cacimba, quilombo, mocambo, murundu, senzala;
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roupas, danças e instrumentos musicais - Tanga, miçanga, caxambu, jongo, lundu, maxixe, samba, marimba, macumba (antigo instrumento de percussão) , berimbau;
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animais, plantas e frutos - Camundongo, caxinguelê, mangangá, marimbondo, mutamba, dendê, jiló, quiabo;
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deformidades, doenças, partes do corpo - Cacunda, capenga, calombo, caxumba, banguela, calundu, bunda.
Várias palavras produziram compostos e derivados, como pé-de- moleque molec agem, mini tanga quiab inho, angu -de-caroço,dende zeiro e tantas outras. Curiosa é a formação de capanga , de provável origem banto: a forma normal é panga (companheiro), que entrou para o português acrescida do prefixo diminutivo ca . Isto quer dizer que na origem "capanga" significa "companheirinho". De procedência africana são também provérbios como "por fora, muita farofa ; por dentro, molambo só" (aqui, farofa = ostentação emolambo = trapo, farrapo).

Enquanto a grande maioria dessas palavras entrou há muito tempo na língua, uma outra é de chegada mais recente: rastafari , em que o elemento de origem árabe ras é título de chefe etíope (da Etiópia, Nordeste africano). Designa tipo de penteado muito em moda nos últimos tempos no Brasil. A África continua inspirando...

A influência africana fez-se sentir também na área da fonética, combinada com a influência indígena, já que os especialistas têm dificuldade de identificar a ação de cada uma separadamente. Essa influência operou-se principalmente no linguajar chamado "caipira", utilizado pelos falantes da área rural com instrução formal pouca ou nenhuma. Assim, são atribuídas à influência afro-indígena formas como tá (está), mió (melhor), fulô (flor), muié (mulher), paiaço (palhaço), cosca (cócega), memo (mesmo), aquerditá(acreditar), num (não), andano (andando), etc. Entretanto, algumas dessas formas podem ter-se originado do próprio português lusitano na época da colonização. Várias palavras africanas penetraram também no português europeu, mas a influência aqui foi sem dúvida maior.
Vocábulos Afro-brasileiros
AbadáTúnica branca.
AbaláMassa africana utilizada na cozinha Afro-brasileira.
Abalaú-aiêOrixá utilizado em cultos Afro pelo mundo.
Abebé
Leque da deusa Oxum quando de latão, e da deusa Iemanjá, quando pintado de branco. 0 leque e de forma circular, tendo recortada no centro a figura de uma sereia.
Aberém
Culinária Afro-brasileira. Bolo de milho ralado na pedra e cozido envolto em folhas de bananeira.
Abiãs
Na escala de hierarquia feminina, no candomblé, a abiã e a pre-noviça nos ritos primeiros. indivíduo que ainda não passou pela cerimônia de iniciação, propriamente dita, mas que já "deu" (realizou) o bori pré-iniciático.
Abrazô
Comida Afro constante de pequenos bolos feitos com farinha de milho , azeite-de-dendê, pimenta e outros temperos e fritos no mesmo azeite.
Abuxó
Fava usada pelo pai-de-santo nas cerimônias do terreiro e tida pelos crentes como possuidora de várias virtudes curativas.
Acaçá
Na cozinha Afro-brasileira, e um dos pratos indispensáveis ao paladar coletivo. Bolo de arroz e milho.
AcarajéPrato típico da cozinha Afro-brasileira. Bolinho de feijão frito no azeite de dendê.
Adjá
Pequena campainha de metal , também usada nos candomblés, soando para convidar os crentes a assistira a cerimônia de dar comida aos santos é também sineta ritual, com uma, duas, ou mais campânulas.
Ado
Gulodice feita de milho torrado, que se reduz a pó e se tempera com azeite-de-cheiro , ao qual se pode adicionar mel de abelha.
Ado-Chu
Massa de ervas e sangue de animais sacrificados no culto Jejê-nagô e posta no alto da cabeça raspada da iauô catecúmeno que esta sendo iniciada na religião Afro- brasileira.
AdubaléSaudação das filhas e filhos-de-santo nos candomblés baianos.
AfoxéRitmo afro do carnaval.
Afurá
Bolo de arroz fermentado. Serve-se com água açucarada, na qual se dissolve, formando uma bebida refrigerante apreciada na África entre os nagôs e pela população Afro-brasileira.
Aganju
É um deus nagô, filho d e Obatalá, o céu, e de Odudua, a Terra. Aganju simboliza a terra firme.
AgogôInstrumento musical.
Aguê
Catuto coberto de um rendilhado de "lágrimas-de-nossa-senhora", usado como instrumento musical nos candomblés.
AguiriAmuleto dos negros brasileiros descendentes dos escravos sudaneses.
A-I-É
Festa religiosa e profana dos Afro-brasileiros no primeiro dia do ano. " No primeiro de janeiro, costumavam dar uma função , para a qual se cotizavam com antecedência, era a festa chamada A-I-E. 0 objetivo era cumprimentar o Ano Novo, augurando felicidades e boa colheita para todos".
Ai-I-ÚJogo africano de tabuleiro.
Ai-LáOração dos negros malês muçulmanos.
Aiocá
Princesa de Aiocá. Urn dos cinco nomes, no candomblé para, a Iemanjá, orixá das águas, no culto Jejê-nagô.
Ajê-XalugáDeus da medicina, deus da saúde para os nagôs.
AjibonãAuxiliar de mães-de-santo, acompanhando a filha-de-santo na iniciação.
AjóOração recitada durante o preparo de um ebó, feitiço das antigas macumbas.
AlabêO chefe dos tambores nos candomblés. responsável pela música e pelos atabaques.
Alijenu
Espíritos diabólicos para os negros Malês. Os alufás superiores, apesar da crença, usam dos aligenum, espíritos diabólicos para o bem e o mal.
AlufáNome genérico para o negro muçulmano.
AlujáUma dança negra no Brasil, trazida pelos escravos africanos.
AluvaiáÉ o orixá dos negros Bantos. É um Exu da nação Angola.
AmaciBanho ritual, feito de ervas.
Amori
Prato Afro-brasileiro feito com as folhas da mostardeira, sem cortar , fervidas e temperadas e , depois, fritas no azeite- de-dendê.
Amurê
É o casamento dos negros malês. Depois de tudo combinado, os noivos, padrinhos e convidados dirigiam-se a casa do sacerdote.
Amuxã
È um iniciados que portam o ixã e funcionam como guardas espalhados pelo terreiro e nos seus limites, para evitar que alguns Babá ou os perigosos Apaaraká que escapem aos olhos atentos dos ojés saiam do espaço delimitado.
Anamburucu
O mais velho dos três orixás das águas Iabá cuja epífania são as águas profundas e lodosas.
AnguiteEspécie de "angu de negra" de minas, parecido com caruru da Bahia.
AniflaqueteOrixá dos xangôs.
Aripá
Veneno preparado pelos escravos africanos. Era preparado da cabeça da cobra cascavel.
Arroz de Aussá
Arroz cozido na água sem sal. A origem do quitute pertence aos negros haussás da Nigéria.
AruaruOrixá do sarampão.
ÁrvoreOs africanos tem pela árvore um sentimento religioso.
Assumi
O jejum anual dos negros malês. O jejum era efetuado no intervalo de uma lunação, isto e, começava na lua nova, e terminava na lua seguinte. 0 cardápio era de inhame e bolas de arroz.
Astros
O povo brasileiro guarda claros vestígios dos cultos astrolábios herdados de europeus, negros e ameríndios.
AtabaqueTambores primários feitos com peles de animais.
AtaréPimenta-da-costa. Nossa pimenta malagueta.
AtôTabuas em que os malês escreviam as orações com tinta de arroz queimado.
Axé
Energia vital, sagrada, do orixá. A força que está nos elementos da natureza, como animais, plantas, sementes e outros.
Axés
Liquido de estranho e ativo cheiro em que se mistura o sangue de todos os animais sacrificados, em todos os tempos, no candomblé.
AxogunResponsável pelos sacrifícios dos animais.
AxoquêDeus para os negros malês.
BabalaôSacerdote dos cultos Jejê-nagôs.
Babalorixá
É o pai-de-santo, zelador, pai-de-terreiro, o mestre, guia terreno, governador espiritual e administrador do candomblé.
BaianiOrixá dos negros iorubanos.
Baiano
Dança viva com coreografia individual permitindo improvisações a habilidades de pés e velocidade de movimentos de corpo.
Balangandãs
Coleção de ornamentos de prata que as negras trazem pendentes na cintura , nos dias de festa, principalmente na festa do Senhor de Bonfim.
Balê
É um quartinho retirado fora do barraco das festas, destinado a hospedar o espírito dos mortos, antes da grande viagem para o outro mundo.
BaléEspírito de morto; egun.
Bambá
Dança dos negros africanos, em circulo de homens e mulheres que cantam o estribilho: " Bambá, sinhá bambá, querê! ". Ao som das palmas cadenciadas , em aplauso a um ou dois dançarinos.
Bangüê
Padiola em que se conduziam cadáveres de pretos escravos. Este vocábulo tem outras significações , aparece constantemente no folclore brasileiro.
BantosGrupo de cerca de cinqüenta milhões de pessoas da África Central.
BanzéBanze-de-cuia, uma das danças do bailado Moçambique. Pode ter dado origem ao samba.
BarquíssuO santuário do candomblé Afro-brasileiro na liturgia dos negros bantos.
Batá-CotôTambor de guerra.
Batucajé
Dança profana ao som de tambores ou ruído produzido pelo toque dos atabaques. Titulo genérico para os bailados religiosos.
Beji
Os gêmeos nos candomblés Jejê-nagô, identificados como São Cosme e São Damião.
Bem-CasadosNome de um biscoito. Veio da África Ocidental.
BobóComida Afro-brasileira. A base de camarão e aipim.
Bori
Ritual de "dar comida à cabeça", realizado antes da iniciação e também quando é necessário fortalecê-la por alguma razão.
Cair no Santo
Entrar em transe, possessão mediúnica nos candomblés. Indica a chegada do orixá no corpo de seu cavalo.
CandombléFesta Afro-brasileira religiosa dos negros Jejê-nagôs no Brasil.
CangáInstrumento musical africano, feito de cana de bambu.
Canjerê
Feitiço, na acepção de coisa-feita, despacho, dança negra de fundo religioso.
Canzuá de QuimbeTerra dos mortos.
Capoeira
Arte marcial de origem Afro. Foi introduzido no Brasil pelos escravos bantos da Angola.
Cariapemba
Entidade maléfica para os escravos africanos.
Caruru-dos-Meninos
Refeição oferecida pelo devoto dos Ibeiji ou os gêmeos identificados como São Cosme e São Damião.
Dadá
Orixá sudanês, protetor dos vegetais. É o primeiro dos quinze filhos de lemanjá, saídos do seu ventre depois da violação de Orungã.
DandalundaÉ um dos nomes de lemanjá. 0 mesmo que Mãe Dandá.
Dendê
Fruto do dendezeiro (palmeira). 0 azeite a indispensável na culinária afro-brasileira.
DenguéMilho branco, cozido com um pouco de açúcar.
DespachoFeitiço, macumba, coisa-feita.
Ebó
Farinha de milho branca e sem sal.Depois de cozida, certas tribos africanas adicionavam azeite de dendê.
Ebò
Descarrego de más influências; limpeza espiritual; inclui o sacrifício de um animal, geralmente.
EcuBailado dos candomblés Afro-brasileiros.
Ecuru
Farofa de massa de feijão-fradinho diluído em mel de abelhas ou azeite-de-dendê.
Efum
É a cerimônia de pintar a cabeça de iauô, candidata ao posto de filha-de-santo.
EgunMorto, balé.
Egungun
O mesmo que Egum, cerimônia nas macumbas, onde são invocados os espíritos bons e protetores.
Ekede
Ebomi do sexo feminino, que não entra em transe e tem funções de auxílio ao orixá (uma espécie de "aia" deste), tendo como obrigações principais vesti-lo, cuidar de suas roupas, dançar com ele, estar permanentemente ao seu lado quando entra em transe , atendendo a seus pedidos, enxugando o suor do rosto de seu "filho" durante a dança.
Équédi
Na hierarquia feminina dos candomblés, são servas voluntárias das filhas-de-santo, ajudando-as, por devoção aos orixás, nos trabalhos de vestuário e ornamentos.
Eran-PaterêÉ um naco de carne verde, bem fresca, salgada e frita no azeite.
Ere
É um orixá filho de Xangô. Entidade infantil, espírito menor, particular de cada iaô, que nasce durante a feitura de seu santo.
ErêCriança, no rito angola.
EtuFeitiço que se obtém com um punhado de terra do cemitério.
Exu
Também conhecido por Elegbára (ele=dono; agbára=poder). É o representante das potências contrarias ao homem. Os africanos assimilam-no ao demônio dos católicos.
FeitiçariaÉ o nome genérico para designar todas as praticas de magia popular.
Feito em pé
Diz-se do santo, nos candomblés Jejê-nagôs e bantos, que não mereceu o cerimonial preparatório para assentar no seu sacerdote, babalaô, babalorixá, pai- de-santo.
Ferramentas
Insígnias que os orixás trazem nas mãos como símbolo de sua identidade mítica. Ogum traz uma espada, Oxóssi um arco e flecha etc.
Filha-de-Santo
A sacerdotisa dos candomblés Afro-brasileira, mulher dedicada ao culto de um orixá, tendo essa posição religiosa depois de um verdadeiro curso no terreiro , aprendendo o rito, danças, cantos, cerimonial, fazer a indumentária do seu santo, as iguarias que lhe são oferecidas.
FungadorInstrumento musical africano trazido pelos escravos para o Brasil.
GuaiáChocalhos usados pelos Afro-descendentes.
Humulucu
Iguaria que se faz de feijão fradinho, temperado com azeite-de-dendê, cebola, sal e camarão.
Mãe.
IabáOrixá feminino.
IabaimMãe da bexiga, varíola.
IabassêCozinheira do culto, responsável pelas comidas dos santos.
Iaiá-Ioiô
Tratamentos de Senhora e Senhor dados pelos escravos aos meninos da casa-grande, os jovens amos. Também havia o hipocorístico iaiázinha e ioiôzinho.
IakekerêMãe-pequena, auxiliar direta da ialorixá.
IansãOrixá sudanês dos ventos e da tempestade, uma das mulheres de Xangô.
Iaôs
São as filhas-de-santo em preceito, cumprindo os deveres e encargos do curso de iniciação ou recém-iniciadas.
Iaque-que-rêMãe pequena.
Iatebexê
Cargo feminino , geralmente dado a uma ekede, que tem como função cantar para os orixás, no barracão ou fora dele.
Iere
Semente semelhante a do coentro, usada na culinária afro como tempero do caruru, peixe e galinha.
IlêCasa, terreiro.
IngonoTambor de macumba e candomblé para danças populares.
InkicesDeuses do rito angola.
IruFava usada pelos africanos como condimento.
Iruquere
Ou Iruquerê, cauda de boi, com um cabo de osso ou de madeira, enfeitado de relevos. Pertence ao culto de Oxossi. Na África, entre sudaneses e bantos , é uma insígnia da realeza , enxota-moscas ou objeto privativo do rei ou dos primeiros príncipes. Todos os viajantes que atravessaram a Africa fazem menção do enxota-moscas do rabo do boi na mão do soba ou dos seus privados. Era de use no Egito clássico.
Iyalorixa
Alourixá , mãe-de-santo, mãe-de-terreiro, diretora do candomblé , sacerdotisa de um candomblé , sacerdotisa do culto Jejê-nagô, iniciadora, mentora e governadora absoluta do seu candomblé.
Instrumento musical trazido pelos africanos para o Brasil. E uma sineta de metal utilizada na cerimônia de dar comida ao santo, orixá.
Jeguedé
Instrumento de percussão dos afro-brasileiros, popularizado no sul do Brasil , onde dominou a dança que se fazia ao som do mesmo. A dança Jeguedé era uma espécie de bambolê, ginástica , individual , com improvisações, embora dançada com muitos outros companheiros.
Jejês
Negros do Daomé, vindos para o Brasil como escravos e que tiveram influencia folclórica e etnográfica.
kelê
Colar que se amarra ao pescoço do iaô durante a iniciação e que permanece assim por três meses, conhecidos como período de kelê; diz-se que ele "separa a cabeça do corpo". É chamado também de "gravata do orixá".
Lógunéde
Erinlé teria tido com Oxum Yéyépondá, um filho chamado Lógunéde , cujo o culto se faz ainda, mas raramente em Ilexá.
Lundu
Dança e canto de origem africana trazidos pelos negros escravos bantos, de Angola para o Brasil. A chula, o tango brasileiro, o fado, nasceram do som do lundu.
Mãe-de-santo ou Mae-de-terreiro
Sacerdotisa do culto Jejê-nagô, dirigindo a educação sagrada das filhas-de-santo ou cavalo-de- santo.
MalembeCânticos rogatórios nos candomblés de origem banto.
Mandinga
Feitiço, despacho, mau-olhado. Os negros mandingas eram tidos com o feiticeiros incorrigíveis dos vales do Senegal e do Níger.
Martim-Pescador
É um orixá dos candomblés bantos, em Salvador, Bahia. 0 mais estranho dos orixás das águas é o pássaro martim-pescador , também conhecido entre os negros por marujo, pássaro cuja missão consiste em ser leva-e-traz para o mar das suplicas dos mortais às divindades do mar.
Moçambique
Dança africana, como explica a palavra. Foi conhecida e usada nos sertões pelos primeiros escravos mineiros trazidos para o trabalho da extração de ouro.
Nação
Rito religioso identificado às práticas das etnias de origem africana que foram trazidas ao Brasil.
Nagô
Nome por que se conhece o iorubano assim como todo negro da Costa dos Escravos que falava ou entendia o ioruba.
NanãA avó dos Orixas, também chamada de Nanã Buruku ( Buru=espirito; Iku=morte)
ObáOrixá yoruba semelhante a Oya
Obag
Foram, na tradição dos iorubanos, os ministros do Rei Xangô, os mangbás , divulgadores , instituidores e defensores do culto,dando ao soberano tornado orixá os hábitos celestiais idênticos às predileções que possuía na terra.
Obaluayiê
Omolú (xapanã) - Obalúayé; "Rei dono da Terra", Omolu "Filho do Senhor", Sapata "Dono da Terra" são os nomes dados a Sànpònná (um título ligado a grande calor - o sol - também é conhecido como Babá Igbona = pai da quentura ) deus da varíola e das doenças contagiosas, é ligado simbolicamente ao mundo dos mortos.
ObrigaçãoNome que se dá às confirmações da iniciação (de dois em dois anos, existindo obrigação de 1,3,5,7 anos e, depois, quando se tiver condições de dar).
OgãEbomi do sexo masculino, que não entra em transe.
OguedêE a banana denominada da terra, frita e servida como sobremesa.
OgumOrixá do ferro e das guerras filho de Yemanjar ou Oduá com Oxalá
OiáDeusa do rio Níger, mulher de Xangô.
OmaláE a comida do santo. Cada orixá possui seu omala.
OmiÁgua.
OmóFilho, criança.
OpanijéUm dos bailados no candomblé Jejê-nagô da Bahia.
Opelê ifá
Instrumento oracular do babalaô. Um tipo de corrente com oito metades de caroço de dendê, que jogados aleatoriamente resulta configurações em número de dezesseis e que e dois lances fornece 256 configurações chamadas odus.
OriCabeça, manteiga vegetal.
OrôCerimônia.
ÒrúnmílaDeus do destino, regente dos oráculos, Òrúnmíla é um outro nome de Ifá
Ossain-ÒsánynDivindade das folhas medicinais e litúrgicas
Oxalá
O maior dos orixás, entidade andrógina, a maior tradição religiosa como sobrevivência afro-brasileira. Orixalá ou Oxalá tem um caráter bissexual e simboliza as energias produtivas da natureza. Esse caráter andrógino de Oxalá e evidente nos seguintes cânticos do candomblé da Bahia: É representado por meio de conchas ou cauris , limão verde dentro de um circulo de chumbo. Pela convergência a força de aculturação , Oxalá identificou-se como o mais popular e prestigioso culto de toda a Bahia. 0 dia do culto especial de Oxalá e a sexta- feira. Ora, identificado como está com o Senhor do Bonfim ( Santo de maior devoção entre o povo da Bahia) , pode-se dizer que Oxalá tem, semanalmente, o culto mais ruidoso da Bahia. Todas as Sextas-feiras peregrinos dos subúrbios, da própria cidade e das circunvizinhanças vem em romaria visitá-la e implorar-Ihe proteção e auxílio. A falta de um deus supremo , por assim dizer palpável, os negros, Jejê-nagôs ou bantos, adoram Oxalá , um mito primitivo. Mora no alto de um monte, como na África.
OxóssiOrixá da caça e dos caçadores, Também ligado a terra virgem.
OxumOrixá dos rios e das Pontes, deusa do rio Oxum, na África.
Oxumarê
Sua tradução , quer dizer: arco íris , bem como uma versão, essencialmente masculino, e outra, como fêmea ou macho ( Besèn e Frekuén). Besèn, a parte feminina de Oxumarè, que se transforma durante seis meses do ano ( também evidenciado pela sua mudança de pele ).
OyáIyá-mesan-órun, seu Oríki, mãe dos noves órun, Yásan.
Padê-de-Exu
Oferta de alimentos rituais feita ao orixá Exu, antes de qualquer cerimonia ou festa de candomblé afro-brasileira na Bahia.
Pata de Coelho
Amuleto que se divulgou no Brasil. É de origem africana , dos negros sudaneses, onde o coelho é um motivo prestigioso de astúcia, esperteza e felicidade.
Peji
Altar armado e dedicado a um orixá nos candomblés Jejê- nagôs. Também é quarto onde ficam as representações materiais dos orixás, chamadas de ibás.
Peji-Gan
Dono ou senhor do altar, sinônimo de pai-de-santo, mestre babalorixá nos candomblés Jejê-nagôs.
Povo-de-santoConjunto de todos os adeptos do candomblé ou da religião dos orixás.
Presente de lemanjáOferta ritual feita a rainha do mar, água de cheiro, flores etc.
Quizila ou eó
Tabu , implicância , interdição, indisposição em relação a algo ou alguém, conjunto de proibições.
Roda de Ebomi
Roda de santo formada apenas pelos ebomis, situando-se dentro da roda de santo, formando com esta, um círculo concêntrico.
Roda de santo
Círculo formado em ordem hierárquica para a dança no barracão e que o faz no sentido anti-horário.
RoncóClausura. Espaço reservado ao recolhimento dos iniciados.
Rum
O maior dos três atabaques; dança principal dos orixás; a saída, na iniciação , em que o orixá veste, pela primeira vez, suas roupas rituais e usa suas ferramentas.
Saída
Festa em que o iaô, após o período de recolhimento para a iniciação, sai pela primeira vez, apresentando-se publicamente à comunidade do povo-de-santo.
Sinhá
Corruptela de senhora. Termo originariamente usado pelos escravos africanos para chamarem as mulheres dos seus senhores , chamando , porem, as filhas de sinhazinha ou sinhá moça. Sinhá é gente de boa família , bem educada, gente fina.
Sinhô
Corruptela de senhor. Termo originariamente usado pelos escravos africanos para chamarem os seus senhores, chamando, porem, os filhos de sinhozinho ou sinhô moço.
Sudaneses
Compreende os iorubas da Nigéria ( nagô , ijexá, eubá , quêtu , ibadau , iobu ) os negros do Daomé ( Jejê, etc. ) , fanti-ashanti da Costa do Ouro , os grupos de outras regiões da Gâmbia , Serra Leoa, Nigéria , Sibéria , Costa do Marfim , da Malagueta, etc... Entende-se como influência sudanesa , as culturas guineano sudanesas que tiveram o credo muçulmano , fulas , mandingas , haussás e elementos de menor porção. A influência sudanesa no Brasil foi interessante na preeminência intelectual e social. Os Jejês teriam representado alforriados da Bahia para a África. Os nagôs fizeram, na Bahia , Capela dedicada ao Senhor Bom J esus da Redenção. As iguarias mais típicas da cozinha afro-brasileira são presenças nagô, como vatapá e caruru. 0 cerimonial religioso dos candomblés deve maior percentagem aos nagôs. São iorubas os instrumentos musicais dos candomblés em sua maioria, os ilus (tambores) o agogô, o adjá, o afofiê, o aguê.
SuspensãoAto pelo qual o orixá "escolhe" alguém na assistência ou na casa de santo e lhe atribui um cargo.
TemperoElementos que compõem o fundamento religioso, como folhas, pós, sementes etc.
Tempo
O deus Tempo , cultuado nos candombles de Angola e do Congo , na Bahia , não é outro senão o deus Loko dos Jejês. Os negros de Angola também o chamam de Katende, Katende ngana Zambie , sem duvida, o estão transformado numa divindade distinta. Parece que , como Tempo, o deus do Jejês incorpora vários espiritos inferiores que , na crença dos bantos , habitam as árvores. O iroko , árvore sagrada em toda a Costa dos Escravos , e, na terra dos Jejês , considerada como sendo o deus Loko, "o deus das árvores " ( Herskovits ) , e a Chlorophora excelsa , na África , e dispõe de altares públicos em Abomey e Porto Novo, no Daomé. Na Bahia, entretanto e a gameleira branca, a grande gameleira das folhas largas, talvez a Fícus religiosa. No Maranhão , onde a influencia Jejê se faz sentir poderosamente na Casa das Minas , Loko se representa pela cajazeira. Como Tempo, o deus Loko esta mudando as fisionomias , as vezes com diferenças atmosféricas: " Vira o Tempo! Olho Tempo virou! "
Urucungo ou Orocongo
Instrumento de procedência africana , que consiste num arco de madeira, tendo um arame retesado , passado entre as pontas. Numa das extremidades, ou no centro do arame, a presa um pequeno catuto, de forma arredondada, com uma abertura circular. 0 som e obtido pela percussão da corda com os dedos ou com uma vareta (tocado igual a violino) ou uma haste de metal.
VatapáTradicional prato da cozinha afro-brasileira.
Virar no santoEntrar em transe.
XangôXangô teria sido o terceiro àlàáfín Òyó - Rei de Oyó filho de Oranian e Torosi
XinxinIguaria tradicional da cozinha afro-brasileira.
Xirê
Ordem seqüencial de cantigas para o orixá, cantada durante a festa; em Jorubá significa dançar, brincar.
YemanjáYe omo eja = Mãe dos filhos peixe, ou ,Yéyé omo ejá ( mãe cujo os filhos são peixes)

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